No filme, Jaguar Paw (Rudy Youngblood) levava uma vida tranquila, que foi interrompida devido aos guerreiros pertencentes ao império Maia. Os governantes do império maia em declínio acreditavam que a chave para a prosperidade seria construir mais templos e realizar mais sacrifícios humanos. Jaguar, junto com sua tribo, é capturado para ser um destes sacrifícios. O que o mantém vivo é o amor que sente por sua esposa e pela filha, e assim ele realiza uma corrida desesperada para chegar em casa e salvar sua família.
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É um total não-piscar-de-olhos. Um filme que causa apreensão do começo ao fim. Dirigido por Mel Gibson, diretor também do filme A Paixão de Cristo. Gibson gosta mesmo é de mostrar as batalhas mais duras que um ser humano pode enfrentar. Não deixa por menos quando o assunto é retratar as agruras sofridas por suas personagens principais.
O filme mostra o império Maia beirando a queda. Chega a causar terror, o tipo de cultura desse povo, nada comparado com a pacificidade do clã do qual Jaguar Paw fazia parte. O longa mostra claramente as barbáries (ao olhar cristão) dos sacrifícios humanos, as crenças alheias à nossa, a Natureza – grande mãe e guia dos povos primitivos.
Algo que realmente impressiona no filme é o valor que a câmera dá ao olhar das personagens. Dá para sentir o pavor nos olhos dos clãs que foram dominados pelos maias. O olhar aterrorizado, o rosto tranfigurado de pavor dos homens diante da falta de escrúpulos na hora dos combates travados durante o filme.
Outro detalhe curioso, é que o filme é totalmente falado em dialeto maia. O filme é eletrizante, você torce por Jaguar, na dor e na conquista.
Enfim, tudo isso foi pra dar pilha pra quem não viu, ir correndo assistir. Pense em um filme que não tem fim, pelo assunto que aborda: a conquista de povos e a imposição de uma cultura diversa da sua.
Pra pensarmos, termino esse post com a citação que é usada no início do filme: “Uma civilização só se destrói por razões internas” de Will Durant.
amei esse filme
esse filme e show
muito massa
Nathaly, aquilo que a Carol falou no comentário complementa o texto e explica, dá luz, a essa sua afirmação sobre os mecanismos que levam ao poder. É sabido que o exercício do poder está num esfera maior e mais abrangente que apenas a da conquista, essa é apenas uma delas.
A cultura Maia é até hoje venerada, e em 2012 vamos ouvir muito sobre ela, pois pelo calendário Maia, o mundo acaba neste ano.
Pode ser. Os maias, pelo o pouco que sei sobre essa cultura, possuíam calendários separados e contavam a passagem de tempo por meio de ciclos terrestres (orientados pelas estações e clima) e celestes (fundamentados principalmente na lua). Assim, eles poderiam prever atos futuros e devendar o passado. O ciclo sempre se renovava de tempos em tempos… mais ou menos como na religião indu.
Dica pra Carol: não sei se leu o Cru e Cozido… é bem legal. Não fala exatamente do sistema de dominação dos povos, mas é mto interessante pq, a partir de mitos de criação das mais variadas culturas americanas, aborda questões antropológicas. O mito do fogo e do jaguar maia são comentados no livro do Strauss… por ex. Bem legal.
tem muito gente que critica o Strauss, mas a gente tem que levar em conta que ele foi um dos percursores no estudo antropológico.
esse livro é dele, Nathaly?
O filme, realmente, é muito bom.
Interessante a observação da Carol sobre os mecanismos não de aculturação, mas de dominação e mesmo extermínio… de mais de uma cultura… da pacata tribo de Paw e a “inscrição” da derrocada do império Maia. O filme fala sobre esse sentimento de poder e de medo infindáveis, que assolam o coração do homem, porque, afinal, acabamos por ver duas culturas “sumindo no vento” (ainda que por motivos diferentes, parace que até hoje se recorre aos mesmos “mecanismos” que levam ao poder…).
A língua maia utilizada no filem tb é mto interessante. Parece que “torna mais real” os acontecimentos da película….
Carol, eu assisti a este filme depois que o professor Marinho fez um comentário sobre a citação inicial a quual você se referiu.
Todos os aspectos que voc6e citou são realmente relevantes, a cena final, que você deve ter guardado, para que quem assistir faça a mesma cara de:Noooosssaa, então é isso; É fecho da digamos epígrafe.
Eu havia lido o post e já ia comentar, quando vi seu comentário antes. Você foi rápida!
Belo Post, bela dica
Denis Silva
A gente leva uns tapas na cara de vez em quando. Quando escrevi esse post, sabia que cada cultura segue uma trilha que lhe é peculiar. Aos meus olhos, a cultura maia, como assim denominei, é de caráter bárbaro – com a carga negativa que essa palavra também possui.
Eis que, pós-escrita de post e limpando um livro didático de Sociologia, me deparo com uma frase de Montaigne, filósofo do século XVI, que diz assim: “[…] cada qual denomina de bárbaro o costume que não pratica na própria terra”.
Agora sim, acho que terminei.