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Archive for the ‘Filosofia’ Category

A filosofia de Nietzsche é um instrumento de combate, um instrumento conceitual indispensável para uma crítica radical dos valores da sociedade contemporânea.

Hoje ninguém mais duvida da existência de uma intensa e extensa crise de valores das sociedades atuais. Mas foi ainda no século XIX que o filósofo alemão Friedrich Nietzsche realizou, e não a primeira, a crítica mais radical das sociedades modernas, que ele considerou como niilistas e decadentes. (Texto de orelha do livro Nietzsche e a  Verdade, de Roberto Machado)

(…). Nietzsche foi um dos primeiros pensadores a apontar a existência de um lado sombrio da Modernidade, disfarçado geralmente sob uma aura de progresso científico e avanço tecnológico. (Texto de orelha do livro  A Genealogia da Moral, tradução de Mário Ferreira dos Santos)

“Deus está morto!” – com esta afirmação Nietzsche aponta o maior acontecimento da “história universal” e localiza, assim, o ponto de partida de sua reflexão filosófica. Deus é sinônimo de transcendência, de idealidade; ele é o fundamento e a garantia dos valores absolutos: Belo, Bem, Verdadeiro. (Luciana Zaterka, http://www.fflch.usp.br/df/gen/pdf/cn_01_05.pdf)

 E então…?

  • Ler os textos de Nietzsche não é tarefa fácil e, ainda se fosse, falar de Filosofia requer um certo cuidado porque mexe, afinal, com os nossos pensamentos. Questionar a si e a sociedade em que vivemos é algo doloroso porque veremos, de fato, o caos que se apresenta. E por falar em caos porque não pensar em Nietzsche? Nietzsche revelou o seu desagrado ao mundo idealizado em que sonhavam as pessoas morar, e com isso ganhou alguns apelidos: Nietzsche foi chamado já de pessimista, ateu, louco e por aí vai uma infinidade de pré-julgamentos.
  • Nietzsche foi um bom filho, um bom aluno e um bom professor (era professor universitário) e sofre muito a influência dos escritos de Arthur Schopenhauer, “o cavaleiro solitário”, mais um dos “pessimistas”. Na verdade, em linhas gerais Schopenhauer não se enquadrava no século XIX e introduziu o pensamento budista no pensar alemão da época. Para ele, a felicidade só poderia ser de fato alcançada com a anulação de toda e qualquer Vontade, sendo o homem um ser de Paixões e Vontades… Somente em estado de Nirvana* o homem anularia as Vontades.
  • Com essa influência e outras e as próprias reflexões, Nietzsche vai percebendo o quanto a sociedade está decadente e então temos a célebre frase “Deus está morto”. Nietzsche nega a existência dessa Transcendência (Deus) nessa sociedade decadente. E quem mata Deus, então? Nietzsche ou as próprias pessoas?
  • Nietzsche também fala das regras morais para conduzir os homens em sociedade, questionando a liberdade de ser: “Essa moral heterônoma, imposta, escolhida pelos dominadores, imposta pelo passado e predominante no presente pela vontade dos que representam os interesses do passado, é odiosa para mim. Quis substituir o “tu deves” pelo “eu quero”. O homem não é homem enquanto não puder praticar esse grande ato de liberdade, que o tornará senhor de si, quando respeitará a dignidade alheia por amor à sua própria dignidade, e assim o fará porque quer e não porque deve.” (Nietzsche, A Genealogia da Moral.)

AOS QUE AFIRMAM QUE O HOMEM É INCAPAZ DE ATINGIR ESSE REINO DE LIBERDADE, REPLICO-LHES QUE É A SUA FRAQUEZA QUE FALA ATRAVÉS DE SUAS PALAVRAS.

FRIEDRICH NIETZSCHE

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significa “extinto” ou “apagado”; isso equivale a dizer que o ego é extinto. O ego é transcendido.

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PAULA CRISTINA

Para saber mais:

http://www.fflch.usp.br/df/gen/index_port.html

http://www.fflch.usp.br/df/gen/pdf/cn_01_05.pdf

http://neurosefreudiana.wordpress.com/2009/07/12/friedrich-nietzsche-e-o-auto-conhecimento-e-ausencia-de-si/

http://filosofiaevertigem.wordpress.com/2009/05/29/nietzsche-tracos-biograficos/

 

 

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Mitologia egípcia – uma introdução

Por: Nathaly Felipe Ferreira Alves

Este é o primeiro post que versará sobre a cultura egípcia da Antiguidade.

Abu Simbel

A civilização egípcia e sua grandiosidade encantaram os antigos, influenciando, ainda que, às vezes indiretamente, a cultura religiosa e científica dos gregos – berço da civilização ocidental – como alguns gostam de apontar. O fascínio exercido pelo Egito e seus mistérios tem, contudo, atraído muito atenção e consideração mesmo hodiernamente.

A história do Egito remonta a 3000 a. C., com o que os historiadores denominam de “as grandes dinastias”, período imperial em que o poder faraônico preponderava. Menes foi o primeiro faraó, importantíssimo ao império. Fundador da cidade de Menfis, Menes delimitou as fronteiras territoriais do país (que na Antiguidade, estendiam-se do Sudão atual até o Mar Mediterrâneo), bem como construiu templos destinados a Hórus, a Ísis e a Osíris.

Existe uma linha de pesquisa que crê em uma gênese mais antiga da civilização do Egito. Tal raciocínio alega que ela existiria desde o desaparecimento dos atlantes, atribuindo ao fenômeno a data de 12.000 atrás.

A soberania dos faraós se extinguiu em 525 a. C., ano em que o Egito foi incorporado ao Império Persa. A partir deste

Pedra de Roseta - encontrada na cidade de Roseta, no Egito, esta pedra contém a chave para a decifração dos hieróglifos (escritos sagrados). No final do século XIX, o francês Champollion, considerado o pai da Egiptologia, decifrou seu conteúdo a partir da comparação do copta com o demótico e grego antigo (idiomas encontrados na inscrição). A Roseta traz a mensagem de sacerdotes que elogiam a honradez e a probidade de uma faraó. Abaixo da mensagem, há uma instrução: a informação da pedra deve ser disseminada pelo mundo. Daí, advém a tradução em grego e demótico, para a sorte do francês Champollion.

 momento, a nação das pirâmides estava fadada a sofrer inúmeras invasões. Em 332 a. C., Alexandre Magno anexou o país à Grécia. O domínio grego durou cerca de 300 anos e foi responsável por uma intensa troca cultural, como se mencionou anteriormente.

Em 30 a. C, Roma e suas belicosas legiões invadiram o Egito, que permaneceu como província romana até 395 d. C. Mesmo ano em que o país passou ao domínio do Império Bizantino. Em 640 da nossa era, ocorreu a invasão árabe que perdurou até 1517 e redefiniu a religião dos egípcios até os dias atuais: a mensagem maometana tem vez e voz. Já em 1517, o Egito é subjugado ao poderio turco.

Mesmo Napoleão, grande admirador da cultura dos faraós, ocupou durante dois anos o país (após vencer os turcos em 1798). Em 1882, a Inglaterra conquistou o território egípcio, criando o “Protetorado Britânico”. Finalmente em 1953, é fundada a República do Egito.

Situado praticamente dentro do deserto do Saara, o Egito possui até hoje um verdadeiro presente dos deuses que permite à população viver a sua volta, assim como permitiu florescer a rica cultura das antigas dinastias: o rio da Vida, o Nilo (que, curiosamente, corre de Norte a Sul e não de Leste a Oeste, como se observa em outros rios).

Manancial infindável da imaginação, o Egito divide com a humanidade sua cultura intensa e reveladora. Em um futuro post, falaremos um pouco mais sobre o Mitologia dos Egípcios e da sua visão de mundo.

Até lá!

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                       Autismo Infantil e Síndrome de Asperger compõem o espectro autístico e se caracterizam pelos impedimentos graves nas áreas de interação social, comunicação verbal e não-verbal e outros interesses. No entanto, é preciso ressaltar algumas diferenças presentes em cada um dos transtornos.

                        Em 1943, Kanner propôs a definição “Distúrbio Autístico do Contato Afetivo” (Autismo Infantil) com as seguintes características: perturbações das relações afetivas com o meio, solidão extrema, inabilidade no ato da comunicação, presença de potencialidades cognitivas, aspecto físico normal, rituais (estereotipias), início precoce e incidência predominante no sexo masculino.

                        Sabe-se que em indivíduos autistas existe uma incapacidade na identificação, compreensão e na atribuição de sentimentos e intenções, o que ocasiona prejuízo nas relações interpessoais.

                        Em 1944, o estudioso Asperger definiu “Psicopatia Autística” (Síndrome de Asperger) como um distúrbio com severos problemas de interação social. Depois foi descrita com um transtorno de prejuízos específicos nas áreas da comunicação, imaginação e socialização. Também depois conhecida como a “síndrome do gênio autista”.

                        Para diferenciar um transtorno do outro foram considerados dois critérios importantes: período de aquisição da fala e a idade de identificação do diagnóstico.

                        A Síndrome de Asperger distingue-se do Autismo Infantil pelo fato de não de não se verificar retardo ou alteração significativa da linguagem, bem como do desenvolvimento cognitivo, embora os indivíduos apresentem dificuldade de reconhecimento de regras convencionais da conversação e uso restrito de sinais não-verbais, como o contato visual, expressão facial e corporal. Vale lembrar que não há uma idade “certa” para a manifestação desta síndrome, diferentemente do Autismo Infantil que é manifestado antes dos 3 anos.

                        É preciso que haja buscas por conceitos e critérios diagnósticos mais precisos, tendo em vista a dificuldade dos estudiosos em classificarem esses transtornos globais do desenvolvimento e, além disso, que intervenções adequadas possam ser identificadas tanto no caso de Autismo Infantil quanto no de Síndrome de Asperger.

http://www.youtube.com/watch?v=rloNvRuzwzE. Vejam esse matéria sobre Síndrome de Asperger publicada no Fantástico (Globo) sobre Glenn Gould, pianista com Síndrome de Asperger e um dos melhores representantes da música de Bach.

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PAULA CRISTINA

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Fonte: Artigo: “Uma breve revisão histórica sobre a construção dos conceitos do Autismo Infantil e da síndrome de Asperger”, por Ana Carina Tamanaha, Jacy Perissinoto, e Brasília Maria Chiari (2008).

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Por Nathaly Felipe Ferreira Alves

Método Indutivo: Esta metodologia mostra-se totalmente inversa, se comparada à dedutiva. A primeira tem base no empirismo, na experiência, partindo do particular para o genérico; a segunda, no entanto, emerge-se da lógica, tendo como foco principal o geral que se comprime paulatinamente ao específico.  Sendo assim, um indutivista prega que a “generalização não deve ser buscada aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade”.

Nesse método, partimos da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se desejam conhecer. Depois, procuramos cotejá-los a fim de que possamos descobrir as relações existentes entre eles. Finalmente, realizamos a universalização, baseando-nos na relação que se verifica entre os fatos ou fenômenos.

Dessa forma, “as conclusões obtidas por meio da indução correspondem a uma verdade não contida nas premissas consideradas, diferentemente do que ocorre com a dedução. Assim, se por meio da dedução chegamos a conclusões verdadeiras, já que baseadas em premissas igualmente verdadeiras, mas, por meio da indução, alcançamos conclusões que são apenas prováveis.”

O raciocínio indutivo e, consequentemente seu método, influenciaram fortemente o pensamento científico. Bacon, Hobbes, Locke, Hume, empiristas e, portanto indutivistas criam que o conhecimento se baseia somente na experiência, sem levar em consideração preceitos preestabelecidos.

"Eu descobri que, quando você quer saber a verdade sobre alguém, esse alguém é possivelmente a última pessoa para quem se deve perguntar". Dr. House.

Nota: Dr. House é uma série médica americana, criada por David Shore e exibida originalmente nos EUA pela Fox desde 2004. House é um infectologista e nefrologista que se destaca não só pela capacidade de elaborar excelentes diagnósticos diferenciais, como também pelo seu mau-humor, cepticismo e pelo seu distanciamento dos pacientes,  comportamento anti-social, já que ele considera completamente desnecessário interagir com eles. O método indutivo é na maioria das vezes a chave para a descoberta de diagnósticos e soluções para House.

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